Nesta edição do neblina Tantão aceita o convite para exibir ao mundo suas pinturas e desenhos e
chama Bruno Jacomino, Fernando Torres e Pontogor para fazer um som.






“Gosto de tinta industrializada, sujeira. Não me interessa fabricar. Uso tudo que já existe. Encontro chassi na rua, pinto em cima.
Ganhei muita grana com camiseta. Tem umas 40 pessoas que ainda tem e ficam com medo de usar e gastar.
Conceito? Isso é difícil... Eu pinto do nada, com muita cor, umas formas, mas pinto sem nada na cabeça, depois as pessoas é que vêem alguma coisa. Abstrato? Por causa do desenho técnico, paralela, linhas, formas, rigidez industrial.
Estudei estruturas e máquinas navais. Olha o desperdício! Minha mãe fala que foi a música que estragou a minha vida.
Tenho muitas pinturas em AutoCAD. Mas conseguia fugir um pouco da rigidez das linhas. Eu já tinha uma maldade dentro da máquina
Estudei para ser violonista, só ouvia música clássica. Mas daí a casa pegou fogo e perdi meu violino.
Escuto música clássica direto. Eu tenho essa necessidade.
Mas eu só não comprei outro violino, pois já estava com a banda, foi até uma negação. Mas, com certeza, eu estaria bem mais calmo!
Meu pai é cuiqueiro.
Eu fabricava minha rampa, já misturava tudo. Mas daí veio a maconha e fudeu...
O violino exige muito de você.
Quando o violino pega fogo é que eu começo a pintar.”

*trechos retirados de entrevista de Tantão a Beatriz Lemos.