No evento de agosto de 2010 Mariana Moyses preenche a maior parede do atelier com a primeira mostra de seus trabalhos, formando um grande painel com seus personagens criados e reproduzidos em colagens, gravuras, serigrafias e desenhos.
Para conhecerem melhor a lógica de sua produção leiam o texto abaixo e compareçam no próximo sábado na exposição Periferia dos Cartoons.
http://www.flickr.com/photos/mariana_moyses




Em sua primeira mostra Mariana Moyses apresenta experiências através de serigrafias, colagens, desenhos e o resultado das relações entre esses meios.

Permanecendo em ininterrupta busca (horas displicente) por fontes de imagens em potencial e encontrando vasta oferta de matéria prima em sebos, salas de espera, álbuns de família, em lixeiras nas esquinas ou às vezes entregues por solícitos amigos dispostos em cooperar com essa produção ou então amigos com o simples interesse de se livrar da literatura descartável amontoada em suas residências, cria bancos de dados que lhe permite procurar por imagens ricas em carga sensível ou que sirvam como elemento na construção visual de um pensamento.

Relacionando imagens a formas de cor – através de ampliações, espelhamentos, cortes, reposições, fazendo uso de Xerox e de técnicas serigráficas – atribui nova textura e forma as imagens previamente colhidas. Criando vez de peça fundamental na fluidez para sua imagem ou simplesmente banalizando o objeto, descaracterizando-o de seu contexto original, como quem utiliza peças de diferentes quebra cabeças para criar o seu próprio jogo.

Seus desenhos trazem lembranças das fábulas infantis e seus personagens são pares dos elementos saltitantes e coloridos que ilustram caixas de sucrilhos e de engraçados imãs de geladeira que se amontoam em lojas de produtos Made in China.

Esses elementos podem até enganar o expectador mais desatento, como se houvesse o desejo de eufemizar uma possível sensação de angustia ou melancolia. Numa espécie de periferia dos cartoons seus personagens cantam canções punks, gritam sentimentos e desejos. Nesse ambiente a maldade implícita parece ser iminente e a cada esquina se espreita o azar.

Elvis Almeida